Amapá: de esquecido a mais rico do Brasil
A perfuração na Margem Equatorial marca o início de um novo ciclo de riqueza e desafios no Amapá, e para toda a indústria de óleo e gás no Brasil.
Escrito por Alisson Ficher
A autorização do Ibama para a perfuração exploratória de petróleo na Margem Equatorial, na costa do Amapá, reacendeu as projeções sobre uma possível mudança no mapa econômico brasileiro.
A nova fronteira energética, segundo especialistas, pode transformar o estado em um dos mais relevantes polos do setor e alterar o equilíbrio de riqueza no país nas próximas décadas.
O geofísico e divulgador científico Sérgio Sacani afirma que estudos indicam reservas com potencial de até 5,6 bilhões de barris de óleo, volume que, se confirmado, seria mais que o dobro das reservas estimadas do pré-sal.
Ele avalia que a Margem Equatorial “pode redefinir o papel do Amapá na economia nacional”, caso os dados geológicos sejam positivos e as operações avancem de forma sustentável.
Declínio do pré-sal abre espaço para novas fronteiras de petróleo
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) já havia alertado que a produção do pré-sal deve começar a cair a partir de 2027, o que reforça a busca por novas áreas exploratórias.
O diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, reiterou recentemente que a diversificação da matriz de produção é essencial para manter a autossuficiência energética do país.
Nesse contexto, a Margem Equatorial, faixa que vai da costa do Amapá ao Rio Grande do Norte, passou a ser considerada a principal aposta da Petrobras para compensar o declínio esperado do pré-sal.
A empresa iniciou, em 21 de outubro de 2025, a perfuração do primeiro poço exploratório no bloco FZA-M-59, localizado a cerca de 175 quilômetros da costa amapaense, em águas profundas.
A perfuração deve durar cerca de cinco meses e tem como objetivo identificar a presença de reservas comercialmente viáveis.
Essa etapa ainda não envolve extração de petróleo ou produção comercial.

Licença ambiental marca nova fase para o Amapá
Até 2024, a perfuração estava paralisada por impasses ambientais.
Com a autorização emitida pelo Ibama em 20 de outubro de 2025, a Petrobras iniciou as operações, sob um conjunto de condicionantes ambientais rigorosas.
O órgão exigiu planos de emergência e monitoramento contínuo de fauna e qualidade da água, devido à sensibilidade dos ecossistemas próximos à foz do Rio Amazonas.
O início das atividades representa uma mudança significativa para o Amapá, segundo economistas do setor energético.
O estado, que tem uma das economias menos diversificadas do país, pode se beneficiar de Link
Nenhuma imagem encontrada para esta galeria.






Contribua. Comente!
O que achou desta notícia?